sexta-feira, 1 de abril de 2011

Vereadores de diferentes partidos em São Paulo assinam nota em apoio a Gegê

Vereadores de São Paulo de diferentes partidos assinaram em conjunto documento em solidaridade ao Gegê. Na nota afirmam estar preocupados com o fato de estar em andamento uma tentativa de frear qualquer tipo de manifestação de natureza social.

"Somos parlamentares de diferentes opções partidárias e o que nos une neste episodio é o clamor por justiça. Justiça para um cidadão que tem um longo histórico de militância sindical, em movimentos sociais e também em um partido político, sem que nunca tivesse se envolvido em qualquer episodio bárbaro como este: o de tirar a vida de um semelhante. Gegê sempre lutou por justiça social e entre suas características esta a de pautar suas ações pela seriedade e equilíbrio", afirmam os vereadores.

Confira o documento na íntegra:

Liberdade para Gegê

Nos, abaixo-assinados, vereadores da Cidade de São Paulo, vimos a publico manifestar nosso apoio e solidariedade ao Sr. Luiz Gonzaga da silva, o Gegê, conhecido lutador das causas sociais no Brasil. Nesta segunda-feira (4 de abril), ele será submetido a júri popular para responder por um crime que não cometeu: Gegê é injustamente acusado de co-autoria de um homicídio ocorrido em 2002.

No dia 18 de agosto de 2002 ocorreu um assassinato em um acampamento do movimento de moradia no centro de são Paulo (mmc) localizado na vila carioca, na zona sudeste da capital paulista. De acordo com o que foi apurado, o conflito entre o autor do homicídio (que, apesar de já ter sido identificado, ainda não foi investigado), que não morava no acampamento, e a vitima, ocorreu pouco antes daquela data. Para vingar-se de ofensas sofridas, o criminoso tirou a vida de uma pessoa que sequer participava da organização do acampamento.

O conflito pessoal nada teve a ver com as reivindicações do mmc e a dinâmica interna do acampamento, mas, infelizmente, o fatídico episodio foi aproveitado para incriminar e afastar do local a organização do movimento e o apoio as famílias acampadas. O maior atingido por esse processo foi Gegê, que passou a ser apontado como co-responsável pelo homicídio.

Somos parlamentares de diferentes opções partidárias e o que nos une neste episodio é o clamor por justiça. Justiça para um cidadão que tem um longo histórico de militância sindical, em movimentos sociais e também em um partido político, sem que nunca tivesse se envolvido em qualquer episodio bárbaro como este: o de tirar a vida de um semelhante. Gegê sempre lutou por justiça social e entre suas características esta a de pautar suas ações pela seriedade e equilíbrio.

Preocupa-nos que, por trás da acusação contra Gegê, esteja em andamento uma tentativa de criminalização dos movimentos sociais, com a finalidade frear qualquer tipo de manifestação de natureza social. O restabelecimento da democracia no Brasil, a partir de 1985, propiciou que diferentes seguimentos da população brasileira se organizassem para reivindicar e lutar por seus direitos garantidos na constituição federal. Eles contribuem para a construção e fortalecimento de uma sociedade cada vez mais democrática, na qual todos os cidadãos tem o direito de expressar seus pontos de vista e manifestar apoio ou discordância com as políticas publicas. Cercear esse direito é retroceder na construção da democracia brasileira.

Endossamos com esse abaixo-assinado a campanha nacional em andamento pela sua absolvição, para que Gegê possa ter assegurada a plena liberdade e prosseguir na luta em defesa dos menos favorecidos.

São Paulo, 30 de março de 2011


Adou Anni (PV)

Aurélio Miguel (PR)

Adolfo Quintas (PSDB)

Donato (PT)

Carlos Neder (PT)

Alfredinho (PT)

Eliseu Gabriel (PSB)

Chico Macena (PT)

Floriano Pesaro (PSDB)

Antonio Carlos Rodrigues (PR)

Francsco Chagas (PT)

Arselino Tatto (PT)

Claudio Fonseca (PPS)

Attila Russomanno (PP)

Italo Cardoso (PT)

Jamil Murad (PCdoB)

José Americo (PT)

Milton Ferreira (PPS)

Roberto Tripoli (PV)

José Ferreira (Zelão) (PT)

Natalini (PSDB)

Senival Moura (PT)

Netinho de Paula (PCdoB)

Juliana Cardoso (PT)

Juscelino Gadelha (PSDB)

Paulo Frange (PTB)

Toninho Paiva (PR)

Quito Formiga (PR)

Wadih Mutran (PP)

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