quinta-feira, 7 de abril de 2011

Reportagem entrevista Tardelli

Assistam matéria feita pela TVT sobre o caso Gegê, inclusive com entrevista dada pelo promotor Roberto Tardelli, que sustentou que pediria a prisão de Gegê. As entrevistas foram feitas antes do veredito final. Veja aqui.

A luta continua!!!

Lutar Não é Crime! Definitivamente! Ao final da tarde do dia 05 de abril, após decisão unânime dos jurados, a juíza declarou a inocência de Gegê. Foram dois dias em que a angústia pairou sobre todos os companheiros que acompanhavam o julgamento, tanto dentro do plenário, sempre lotado, quanto daqueles que acompanhavam de longe, por celulares, mensagens, blog, entre outros. Após a juíza Eva Lobo decretar definitivamente o fim do júri o plenário irrompeu em palmas e vivas de alegria. Todos se abraçaram de alívio após tanta tensão, como se abraçassem o próprio Gegê, com sorrisos nos rostos e não raras vezes com as faces molhadas de lágrimas.

A absolvição já se mostrava possível após a fala final do promotor de justiça, Roberto Tardelli. Quase ao final de sua longa arguição, afirmou que, diante da falta de provas, restava a dúvida, e que assim pedia que os jurados o absolvessem. Mas a decisão final caberia aos jurados. Em seguida o advogado Dr. Guilherme Madi Rezende tomou a palavra para fazer a defesa de Gegê. Segundo ele, sua inocência era evidente diante das provas. Logo após, os jurados se retiraram para a votação secreta. Em poucos minutos voltavam para suas cadeiras e a juíza leu a decisão final.

Foram 8 anos de paralisação da vida política de Gegê. Foram meses de trabalho intenso por parte de seus apoiadores, principalmente do Comitê “Lutar Não é Crime”, que atuaram contra o risco de criminalização, em inúmeras reuniões, audiências, atos, panfletagens, cartazes, e-mails. Foram dois dias tensos de julgamento, em que estavam presentes representantes de inúmeros e diversos movimentos sociais, de entidades defensoras de direitos humanos, de senadores, deputados federais e estaduais, vereadores, amigos e familiares. Mesmo as testemunhas de defesa, após seus depoimentos, ali continuaram até o final, incluindo o irmão de Gegê, o cantor Chico Cesar. Mesmo o Senador Eduardo Suplicy, também testemunha, fez-se presente no segundo dia expondo o caso ao Senado, em Brasília.

Dia 5 de abril não foi somente o dia da liberdade de Gegê, foi o dia em que os movimentos populares de luta pela vida com plena dignidade humana tiveram a certeza de que a luta vale a pena. Esta data foi histórica para a luta dos movimentos. Tal importância é reconhecida e foi protocolado na Câmara Municipal, pelo vereador Chico Macena, projeto de lei que constitui o 5 de abril como dia municipal pela luta contra a criminalização dos movimentos sociais. A LUTA CONTINUA. LUTAR NÃO É CRIME!!!

Márcia Hirata, pelo Comitê Lutar não é Crime

Ativista do movimento de moradia, Gegê é absolvido após nove anos

Matéria publicada pela Rede Brasil Atual

Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê, foi absolvido em júri popular no final da tarde desta terça-feira (5), segundo dia de julgamento, no Fórum Criminal da Barra Funda, na capital paulista. A decisão foi anunciada depois de o promotor Roberto Tardelli, responsável pela acusação, ter defendido a inocência do líder do movimento de moradia, classificando como "temerária" sua condenação.

A sessão do júri popular, iniciada na segunda-feira (4), foi acompanhada por vereadores, deputados e um senador. Gegê é membro do Movimento de Moradia no Centro (MMC) e da Central de Movimentos Populares (CMP). A acusação era vista como uma tentativa de criminalização dos movimentos sociais.

Em 2002, Gegê foi acusado de dar carona ao assassino de um homem que morava no acampamento sob coordenação do MMC. Em parte desse período, o ativista teve momentos em que foi considerado foragido da Justiça. Ele se dizia condenado por ter sido impedido de viver com dignidade nos últimos nove anos.

Após a sentença, Gegê afirmou que vai precisar se preocupar com a própria segurança por ter inimigos nas ruas. Claramente entristecido, apesar do resultado, ele explicou que teme agora pela própria vida e não sabe ainda exatamente o que vai fazer. "Estou em liberdade, mas não sei o que está por trás das inimizades fabricadas durante o processo. O caso todo mostra que houve interesses e pessoas que quiseram me incriminar", avisa.

Para o ex-ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos Paulo Vannuchi, o julgamento foi positivo, mas não há lugar para uma "explosão de alegria". "Gegê passou por uma odiosa perseguição por nove anos em que se configurou uma armação policial para criminalizar os movimentos sociais. Armação esta com repercussão judicial", critica. Ele lembra que esse tipo de fato tira anos das pessoas e dos movimentos, ao jogá-los na clandestinidade. "O caso mostra o quanto o Judiciário precisa avançar", pontua.

Adriano Diogo (PT-SP), deputado estadual, lamentou a demora no julgamento do caso. "O inocente ficou 'condenado sem julgamento' por esse tempo todo e sequer a polícia foi atrás do mandante."

Durante a sessão do júri, além do parecer de Tardelli, o advogado de defesa, Guilherme Madi, pediu absolvição lembrando que havia interesse de um grupo com relações estreitas com o tráfico de drogas em dominar o acampamento onde houve o crime, pelo qual Gegê foi acusado de coautoria. O MMC, do qual Gegê é uma das lideranças, estabelecia diretrizes para o acampamento, entre elas a de não haver bebida alcóolica, drogas e violência no local. O interesse desse grupo em encriminá-lo era permitir o controle do acampamento. A postura de Gegê, contrária à circulação de entorpecentes no local, provocou inimizades.

Que este 5 de abril poderia ser considerado o dia de luta contra criminalização dos movimentos sociais!

Que este 5 de abril poderia ser considerado o dia de luta contra criminalização dos movimentos sociais!

Ontem dia 05 de abril de 2011 (nunca se esqueçam desta data), foi um dia histórico para a luta dos movimentos populares, quiz a dinãmica da história que tudo o que ocorreu fosse com um membro da Central de Movimentos Populares - CMP e do FNRU - Forum Nacional da Reforma Urbana

Nosso companheiro Gegê foi absolvido por unanimidade em um juri popular no primeiro tribunal do juri no fórum barra funda

Dificil mensurar todo significado do que ocorreu e suas consequencias futuras, dificil tambem mensurar a alegria desta vitória. Considrando que foram 08 anos de muito sofrimento muitas lágrimas.

Por vezes sentíamos um certo medo, mas nunca desanimamos, nunca esmorecemos e nunca deixamos de confiar ou de acreditar um minuto sequer, na inocencia do Gegê, por isso ficamos com ele o tempo todo.

Felizmente este processo chegou ao fim. No entanto vamos lembrar dos milhares de companheiras e companheiros que sofrem processo de criminalização em todo brasil e america latina.

Para o povo que luta este processo é emblemático e esta vitória será por muitos e muitos anos uma referencia para aqueles e aquelas que lutam por uma sociedade justa - contra a criminalização dos movimentos sociais.

Que este 05 de abril poderia ser considerado o dia de luta contra criminalização dos movimentos sociais!

Este processo serve e para demonstar que os inimigos da classe trabalhadora não brincam em serviço.

Sei com toda certeza, que nossa luta deve continuar, a luta de Gegê deve e vai continuar !!

Um grande abraço Gegê

Dito, Central de Movimentos Populares

terça-feira, 5 de abril de 2011

GÊGÊ LIVRE!!!

Ao entardecer desta terça (5/4) a Juíza declarou a Liberdade a Gegê! A decisão do juri foi unânime a favor de Gegê. Até mesmo o promotor de Justiça pediu sua absolvição.

GEGÊ LIVRE!!!
LUTAR NÃO É CRIME!!!

Acusação não se sustenta!!! Promotor pede absolvição de Gegê

O promotor de Justiça, Roberto Tardelli, responsável pela acusação do Gegê, acaba de pedir ao júri a sua absolvição. “Este caso não é um caso comum. Minha função enquanto promotor é garantir os direitos democráticos. Não pediria esta absolvição se tivesse a insegurança de estar errado. Estou tranqüilo com minha consciência”.

O julgamento iniciou hoje por volta das 10h, quando Gegê sustentou sua inocência. Logo após Tardelli expôs seus argumentos. Agora é a vez do advogado de Gegê fazer a defesa para depois então o júri expor decisão final.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados acompanha julgamento

Leia na íntegra nota publicada hoje pela presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Manuela D'Ávila:

Hoje e amanhã, o líder do Movimento de Moradia do Centro (MMC) de SP, Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê, deve ir a júri popular.

Gegê é um lutador histórico nas questões sociais e um defensor dos direitos humanos. Lutou contra a ditadura, foi preso e torturado ainda adolescente. É fundador do Partido dos Trabalhadores, da CUT e da Central de Movimentos Populares. Além disso, é uma liderança reconhecida no movimento de moradia, integrando inclusive na atualidade o Conselho Nacional de Cidades, do Ministério das Cidades.

Gegê está sendo julgado por suposta participação em um homicídio ocorrido em 2002, em um dos acampamentos do Movimento de Moradia no Centro de São Paulo (MMC), entidade filiada à ‘Central de Movimentos Populares’ (CMP). Este conflito não estava ligado com as reivindicações do MMC e nem com a dinâmica interna do acampamento, mas foi aproveitado para incriminar e afastar do local a organização deste movimento e o apoio às famílias acampadas.

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados está acompanhando o julgamento, através da deputada do PT/SP Janete Pietá. Nós defendemos que Gegê tenha todos os seus direitos respeitados e que a verdade venha à tona.
Sabemos que a luta pelo direito à moradia é um dos direitos humanos e que não será por decreto ou por pura previsão normativa que os direitos se efetivam, os direitos se concretizam com luta e controle social e é isso que os movimentos sociais na prática estão a fazer, lutando para tornar o que está previsto em Lei em algo vivo e real e com isso estão consolidando o nosso Estado Democrático de Direito.

Estamos acompanhando atentamente este caso, para que não haja tentativas de criminalização dos movimentos sociais e para que o julgamento seja comprometido com a verdade.

Manuela d’Ávila
Presidenta da Comissão de Direitos Humanos e Minorias

Juri de Gegê continua amanhã às 9h30

O juri do Gegê encerrou o primeiro dia por volta das 23h com a oitiva das testemunhas de defesa. Amanhã o julgamente continua às 9h30 e se inicia com Gegê sustentando sua inocência. O plenário 4 manteve-se cheio do início ao fim do dia de hoje. Vamos nos manter mobilizados. É importante a presença de todos!!!

Mobilização continua!!!

Às 21h, o Plenário 4 do Fórum da Barra Funda continua lotado em solidariedade ao companheiro Gegê. Agora o Juri está em intervalo para jantar. Até o momento foram ouvidas quatro testemunhas de acusação e quatro que sustentaram a inocência de Gegê, entre elas o cantor Chico César, que permanece no plenário, e o senador Eduardo Suplicy. Faltam ainda três testemunhas de defesa. O Juri deve se estender pela madrugada e ser finalizado apenas amanhã.

Altruísmo burguês

Para Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê

De Jonathan Constantino


Daremos o pão

………..a paz

………..a pinga

.Em troca de teu silêncio.

Daremos o teu salário

em dia (ou atrasado)

talvez um teto

………um meio de locomoção

………uma forma de lazer

Queremos apenas tua força de trabalho

e a riqueza que ela é capaz de gerar.

Teremos ainda

(sempre à disposição)

…………o pau

…………a pedra

…………as grades

Se por ventura supores

que podes reclamar.


http://versosnalinhadotempo.wordpress.com/2011/04/02/altruismo-burgues/

Concentração máxima no Fórum da Barra Funda

Movimentos sociais, sindical, estudantil e parlamentares ocupam na tarde desta segunda-feira (4/4) o Plenário 4 do Fórum Criminal da Barra Funda para acompanhar o juri e prestar solidariedade a Gegê. A sala com cerca de 50 lugares está lotada. Do lado de fora do Fórum defensores de Direitos Humanos mantêm vigília.

Os deputados federais Ivan Valente, Paulo Teixeira, Janete Pietá, a vereadora Juliana Cardoso, Jamil Murad e o ex-vereador Beto Custódio estão no Plenário. Estão presentes também representantes da Central de Movimentos Populares de Minas Gerais, Brasília e Ceará.

O juri começou com atraso. Estava previsto para às 13h, mas a sessão foi aberta por volta das 14h30. Neste momento o senador Eduardo Suplicy faz a defesa de Gegê, é a primeira testemunha a falar. Logo após as testemunhas de acusação terão a palavra e em seguida novamente as de defesa serão escutadas.

domingo, 3 de abril de 2011

Depois de oito anos impedido de viver com dignidade, Gegê já se diz condenado

Matéria publicada por Rede Brasil Atual (2/04)

Ouçam também:

A poucos dias de ir a júri popular, por um crime que, garante, não cometeu, Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê, teme que sua liderança popular seja mais uma vez criminalizada. "Depois de me ver envolvido (num crime) sem sentido nenhum, porque eu não estava no local quando houve a desavença, eu não devo, mas temo", indica. "Querem calar a voz de quem não tem cidadania garantida", prossegue.

Gegê é uma das lideranças do Movimento de Moradia no Centro (MMC) e da Central de Movimentos Populares. Nesta segunda-feira (4), ele vai a júri popular, sob a acusação de, em 2002, dar carona ao assassino de um homem que morava no acampamento sob coordenação do MMC, próximo à avenida do Estado, na capital paulista.

O primeiro julgamento do caso estava marcado para setembro de 2010, mas foi adiado a pedido do representante do Ministério Público, responsável pela acusação. O promotor alegou que não conhecia todas as provas apresentadas pela defesa.

Em entrevista à Rede Brasil atual, Gegê disse que já se sente condenado há oito anos por um crime que não cometeu. "Para mim, já estou condenado depois de oito anos sem poder viver dignamente", diz.

"Eu jamais, jamais me permitiria tirar uma vida, ou dar carona no meu carro, a alguém que fizesse isso", afirma. "Na minha vida, a vida tem valor e não tem preço. Até um assassino deve pagar mas com a vida, vivendo longamente para pagar o que fez", sentencia.

Gegê conta os dias com esperança de virar a página dessa parte de sua vida, de prisões, acusações e injustiças, declara. "Tenho esperança ao avaliar que os jurados possam perceber que as acusações são na verdade contra a classe trabalhadora", apontou em entrevista à Rádio Brasil Atual. "Sou um cidadão indo a júri sem saber o porquê", lamenta. "Estou ansioso, sem dormir, nunca vi um júri", descreve.

Segundo a defesa, o autor do assassinato é conhecido e identificado, mas nunca foi preso nem processado. O nome não é mencionado, mas a situação reforça o argumento de que se trata de perseguição. "São muitos anos e até hoje isso não foi tirado a limpo", lembra.

Gegê é irmão do cantor e compositor Chico César e tem uma longa trajetória de militância social e sindical, como um dos fundadores da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do PT e dos movimentos de moradia, acredita que, em parte, a acusação surgiu por sua ação contra o uso de drogas nos acampamentos do movimento. "Não admitimos drogueiro e drogados, nem violência contra mulheres e crianças."

Um grupo pequeno, segundo ele, que não fazia parte inicialmente do acampamento, mas que "foram chegando" ao saber da concessão do terreno pelo governo do estado, discordava da filosofia do acampamento. Eles teriam aproveitado o crime para desacreditar a liderança do movimento.

José Roberto, o homem assassinado, tinha histórico de alcoolismo e teria provocado um visitante que visitava o sogro no acampamento do movimento de moradia. Uma semana depois, o visitante retornou e matou José. "Dizíamos: bebeu não entra, mas ele pulava o muro e entrava", conta Gegê. "Ele dava muito trabalho para a coordenação local do movimento devido à embriaguez e acabou mexendo com o homem que o matou."

Embora o crime tenha acontecido em 2002 e no momento o líder sem teto não estivesse no local do crime, em 2004 ele foi preso, acusado de coautoria do crime, por uma suposta carona ao assassino de José.

Questão dolorida

O acampamento onde houve o crime foi formado também em 2002, depois da desocupação de forma negociada com o governo estadual de São Paulo, do prédio do Banco Nacional, já falido, lembra Gegê.

O então governador, Mário Covas, concedeu um terreno próximo à avenida do Estado para o assentamento de 100 famílias. "Na área só havia sujeira e um esqueleto (de prédio). Nós limpamos em três dias e construímos alojamentos provisórios para o pessoal da desocupação", narra Gegê.

Em pouco tempo, outras famílias chegaram até que foi preciso limitar a construção de barracos. "Um grupo queria mais barracos, mas a luta é para o resgate da cidadania e da dignidade", relembra o militante. Pessoas externas ao movimento e que passaram a morar no acampamento discordavam das regras rígidas quanto a drogas e bebidas, mas, segundo Gegê, sempre houve uma convivência de respeito. "Quanto mais se enfavela, menos cidadania e dignidade as pessoas têm", ensina. Universitários também passaram a estudar o terreno e formas de viabilizar moradias nas áreas.

No dia do crime, Gegê chegou horas depois do assassinato e encontrou o irmão da vítima na entrada dizendo que ele não poderia entrar, porque se não morreria também. Policiais também já chegavam ao local, passaram pelo militante e em seguida retiraram o corpo. Naquele 8 de agosto de 2002, o líder do movimento dos sem teto do centro estava em uma ocupação na rua do Ouvidor, 63.

Depois da retirada do corpo, Gegê entrou no acampamento para ajudar uma mulher que passava mal e precisou ser levada ao hospital. O fato foi descrito no processo como se ele tivesse dado fuga ao agressor.

Em 5 de abril de 2004, Gegê foi a uma delegacia como testemunha da prisão de um bêbado, quando soube pela delegada que era procurado e detido no mesmo instante. Ele ficou preso por 51 dias. "Essa é uma questão dolorida. Nunca imaginei ir ao banco dos réus por um crime que jamais me permitiria cometer", diz emocionado.

Desde sua prisão e do surgimento da acusação, militantes dos movimentos sociais criaram o comitê Lutar não é Crime com uma campanha nacional pelo fim da criminalização dos movimentos sociais e populares.

O julgamento do ativista ocorre na segunda-feira (4), a partir das 13 horas, no Fórum Criminal da Barra Funda, e deve estender-se até a terça-feira.

Estamos juntos!!! Liberdade para Gegê!!!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Próxima segunda-feira é o dia!!!

Está em curso um processo de criminalização dos movimentos e lutadores sociais. Nos próximos dias 04 e 05 de abril vai a júri popular, em São Paulo, o companheiro Gegê, dirigente do Movimento de Moradia do Centro e antigo militante das lutas sociais.

Gegê será julgado por um crime que não cometeu. Querem lhe imputar um crime por conta da sua luta pela moradia e outros direitos fundamentais. Mas lutar não é crime, é um direito. E numa sociedade em que milhões de pessoas sobrevivem em moradias precárias, lutar é mais que um direito, é um dever daqueles que querem uma sociedade justa. E é isso o que sempre fez o companheiro Gegê.

O Júri será dia 04/04/2011 (segunda-feira), às 13h00, no Fórum Criminal da Barra Funda – Av. Abrahão Ribeiro, n° 313 – Barra Funda, no Plenário 4. O Júri se estendera até o dia 05/04/2011. É possível assistir o julgamento em ambos os dias. Há no plenário lugar para 50 pessoas.

Vídeo do ato na Alesp

Assista aqui vídeo feito por Ruth Alexandre, do site FalaPovo, durante o ato em solidariedade ao Gegê, realizado na Assembléia Legislativa de São Paulo na noite de quinta-feira (31/03).

Vereadores de diferentes partidos em São Paulo assinam nota em apoio a Gegê

Vereadores de São Paulo de diferentes partidos assinaram em conjunto documento em solidaridade ao Gegê. Na nota afirmam estar preocupados com o fato de estar em andamento uma tentativa de frear qualquer tipo de manifestação de natureza social.

"Somos parlamentares de diferentes opções partidárias e o que nos une neste episodio é o clamor por justiça. Justiça para um cidadão que tem um longo histórico de militância sindical, em movimentos sociais e também em um partido político, sem que nunca tivesse se envolvido em qualquer episodio bárbaro como este: o de tirar a vida de um semelhante. Gegê sempre lutou por justiça social e entre suas características esta a de pautar suas ações pela seriedade e equilíbrio", afirmam os vereadores.

Confira o documento na íntegra:

Liberdade para Gegê

Nos, abaixo-assinados, vereadores da Cidade de São Paulo, vimos a publico manifestar nosso apoio e solidariedade ao Sr. Luiz Gonzaga da silva, o Gegê, conhecido lutador das causas sociais no Brasil. Nesta segunda-feira (4 de abril), ele será submetido a júri popular para responder por um crime que não cometeu: Gegê é injustamente acusado de co-autoria de um homicídio ocorrido em 2002.

No dia 18 de agosto de 2002 ocorreu um assassinato em um acampamento do movimento de moradia no centro de são Paulo (mmc) localizado na vila carioca, na zona sudeste da capital paulista. De acordo com o que foi apurado, o conflito entre o autor do homicídio (que, apesar de já ter sido identificado, ainda não foi investigado), que não morava no acampamento, e a vitima, ocorreu pouco antes daquela data. Para vingar-se de ofensas sofridas, o criminoso tirou a vida de uma pessoa que sequer participava da organização do acampamento.

O conflito pessoal nada teve a ver com as reivindicações do mmc e a dinâmica interna do acampamento, mas, infelizmente, o fatídico episodio foi aproveitado para incriminar e afastar do local a organização do movimento e o apoio as famílias acampadas. O maior atingido por esse processo foi Gegê, que passou a ser apontado como co-responsável pelo homicídio.

Somos parlamentares de diferentes opções partidárias e o que nos une neste episodio é o clamor por justiça. Justiça para um cidadão que tem um longo histórico de militância sindical, em movimentos sociais e também em um partido político, sem que nunca tivesse se envolvido em qualquer episodio bárbaro como este: o de tirar a vida de um semelhante. Gegê sempre lutou por justiça social e entre suas características esta a de pautar suas ações pela seriedade e equilíbrio.

Preocupa-nos que, por trás da acusação contra Gegê, esteja em andamento uma tentativa de criminalização dos movimentos sociais, com a finalidade frear qualquer tipo de manifestação de natureza social. O restabelecimento da democracia no Brasil, a partir de 1985, propiciou que diferentes seguimentos da população brasileira se organizassem para reivindicar e lutar por seus direitos garantidos na constituição federal. Eles contribuem para a construção e fortalecimento de uma sociedade cada vez mais democrática, na qual todos os cidadãos tem o direito de expressar seus pontos de vista e manifestar apoio ou discordância com as políticas publicas. Cercear esse direito é retroceder na construção da democracia brasileira.

Endossamos com esse abaixo-assinado a campanha nacional em andamento pela sua absolvição, para que Gegê possa ter assegurada a plena liberdade e prosseguir na luta em defesa dos menos favorecidos.

São Paulo, 30 de março de 2011


Adou Anni (PV)

Aurélio Miguel (PR)

Adolfo Quintas (PSDB)

Donato (PT)

Carlos Neder (PT)

Alfredinho (PT)

Eliseu Gabriel (PSB)

Chico Macena (PT)

Floriano Pesaro (PSDB)

Antonio Carlos Rodrigues (PR)

Francsco Chagas (PT)

Arselino Tatto (PT)

Claudio Fonseca (PPS)

Attila Russomanno (PP)

Italo Cardoso (PT)

Jamil Murad (PCdoB)

José Americo (PT)

Milton Ferreira (PPS)

Roberto Tripoli (PV)

José Ferreira (Zelão) (PT)

Natalini (PSDB)

Senival Moura (PT)

Netinho de Paula (PCdoB)

Juliana Cardoso (PT)

Juscelino Gadelha (PSDB)

Paulo Frange (PTB)

Toninho Paiva (PR)

Quito Formiga (PR)

Wadih Mutran (PP)

Nota de Divinolândia (SP)

"Quem luta por plena igualdade de direitos não deve temer o jugo da justiça, por mais que tentem desqualificar nossas ações em prol de um mundo mais humano, justo e igualitário, nossa luta jamais será em vão, nosso povo unido num só objetivo: "JUSTIÇA", PRA QUEM SEMPRE LUTOU POR "JUSTIÇA PARA TODOS"! GEGÊ, um símbolo permanente de luta e organização dos movimentos populares, a toga não pode condenar quem sempre se manteve firme na luta e jamais esmoreceu.
A luta continua Companheiro, muita sabedoria,coragem, discernimento e serenidade é tudo o que eu posso te desejar neste momento de batalha, a vitória está bem próxima, não tenha receio de sonhar com um país mais justo e humano. Você é um vencedor e sempre será'. Ismar Ernani de Oliveira, Vereador/Coordenador da Macrorregião MOGIANA- PT, DIVINOLÂNDIA SP

CUT-CE lança nota em apoio ao Gegê

Na defesa de uma sociedade mais justa e humana, a CUT-CE vem a público prestar solidariedade ao líder do Movimento de Moradia do Centro (MMC), Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê, que deve ir a júri popular nos próximos dias 4 e 5 de abril no Fórum Barra Funda, em São Paulo. Também membro da Executiva Nacional da Central de Movimentos Populares (CMP), Gegê vem sendo acusado injustamente por sua participação em uma ação do Movimento de Moradia do Centro de São Paulo, em 2002. Desde as primeiras investigações, fica claro o uso do aparato policial e judicial por parte de forças conservadoras para desarticular movimentos populares reivindicatórios de direitos.

Gegê tem um longo histórico de militância social e sindical, como um dos fundadores da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do PT e de movimentos de moradia. A Unificação das Lutas de Cortiço (ULC), do Movimento de Moradia do Centro (MMC), da União dos Movimentos de Moradia do Fórum Nacional de Reforma Urbana e a Central de Movimentos Populares (CMP) estão entre as organizações que contaram com a participação do militante.

A CUT-CE integra o Comitê Lutar não é Crime: Liberdade para Gegê, que propõe uma Campanha Nacional pelo fim da criminalização dos lutadores e lutadoras do povo. Reforçamos que é fundamental a mobilização de todo movimento sindical para garantir a liberdade de Gegê. A CUT-CE compreende que a libertação do companheiro não representa somente a resolução de um conflito individual, mas o fortalecimento das lutas da classe trabalhadora. É ainda uma ação contra o conservadorismo e a criminalização das lutas populares.

CUT-CE

Ato na Alesp reúne defensores de Direitos Humanos em solidariedade a Gegê



(Fotos: Anderson Barbosa)

Parlamentares, movimentos sociais, populares, sindicais e estudandis estiveram juntos na noite de quinta-feira (31/03) e ocuparam o plenário José Bonifácio, da Assembléia Legislativa de São Paulo, para prestar solidariedade a Gegê. O ato público demonstrou a união dos que lutam pelos Direitos Humanos contra a criminalização dos movimentos sociais.

Entrevista com Gegê

Gegê explica por que seu julgamento é uma tentativa de criminalização dos Movimentos Sociais. Veja vídeo aqui.

Raquel Rolnik: "Espero que seu julgamento seja justo e que Gegê fique definitivamente livre da acusação"

"Conheço o Gegê há muitos anos. Conheço sua luta pelo direito à moradia e à cidade, sua incansável participação na formulação de políticas, nas denúncias de violações e nos difíceis embates que a defesa desses direitos tem significado no país.

Criminalizá-lo por sua participação nessas lutas é criminalizar os defensores desses direitos, é desqualificar sua importância para a construção de um país verdadeiramente democrático.

Como urbanista, como ativista dos direitos humanos, como Relatora, espero que seu julgamento seja justo e que Gegê fique definitivamente livre da acusação." Raquel Rolnik, professora da FAU-USP e relatora especial da ONU para o direito à moradia adequada.

Erundina: "Quero manifestar meu integral apoio ao companheiro Gegê e repudiar a abominável injustiça de que tem sido vítima"

"Gegê é uma liderança popular que tem dedicado sua vida a ajudar o povo a tomar consciência dos seus direitos de cidadania e a se organizar para lutar por eles.

Sou testemunha do seu trabalho generoso no movimento em defesa do direito à moradia na periferia pobre de são Paulo, onde ele atua de forma pacífica e democrática. É graças a movimentos como esse que os setores populares vêm conquistando políticas públicas de habitação que contribuem para diminuir o enorme déficit habitacional do país.

É inaceitável, portanto, que lideranças como Gegê sejam perseguidas e criminalizadas por ajudar o povo a se organizar e a lutar por seus direitos.

Quero manifestar, pois, meu integral apoio ao companheiro Gegê e repudiar a abominável injustiça de que tem sido vítima."

Luiza Erundina de Sousa

Deputada Federal (PSB/SP)

Vereadora Juliana: "Gegê sempre trabalhou corretamente e com muita determinação

Conheço o Gegê dos Movimentos Sociais, da luta por moradia, onde sempre trabalhou corretamente e com muita determinação para melhores condições de vida do nosso povo. Ele não está sendo acusado de um crime, mas sim criminalizado. Lutar não é crime é um direito. Liberdade ao Gegê!” Vereadora Juliana Cardoso (PT-SP)

"Que as vozes que clamam por acesso a seus direitos no campo e na cidade não sejam caladas"

“Venho apoiar esta iniciativa de combate à criminalização dos movimentos populares e, neste momento, manifestar minha preocupação com o julgamento do Gegê. Espero que a verdadeira justiça prevaleça e que as vozes que clamam por acesso a seus direitos no campo e na cidade não sejam caladas, e sim ouvidas.” Leandro Lopes Pereira de Melo, professor universitário - Centro Universitário Senac.

"Sua luta é democrática e aponta caminhos concretos para que a humanidade siga adiante nesta ziguezagueante caminhada civilizatória"

“Longe de ser um criminoso, Gegê é um exemplo a ser seguido por todos aqueles que lutam contra as condições de miséria e opressão e incerteza em que vive a grande maioria dos trabalhadores e trabalhadoras deste país. Sua luta é democrática e aponta caminhos concretos para que a humanidade siga adiante nesta ziguezagueante caminhada civilizatória.

Não está em jogo apenas a liberdade de Gegê e de todos os que lutam no presente, mas a própria possibilidade de nossos filhas e filhas viverem em um mundo melhor.

Vejamos de que lado estarão os encarregados deste julgamento.” Lúcio Flávio Rodrigues de Almeida, do Núcleo de Estudos de Ideologias e Lutas Sociais (PUC-SP).

"Liberdade é um dos nossos direitos"

“A paz tem que ser praticada. Liberdade é um dos nossos direitos. Participação popular é um dever nosso, do povo. Nossa luta é pela vida plena. Estamos solidários ao nosso companheiro Gegê”, Maria Zetildes Lima, do Movimento Popular de Saúde.

Apoio do Canadá

"Estou torcendo que a justiça brasileira tome a decisão certa em favor da inocência do nosso companheiro Gegê e que finalmente depois de tantos anos ele possa ganhar a liberdade e voltar a lutar com o povo urbano e rural brasileiro." Charmain Levy, professor doutor de desenvolvimento internacional e ciências sociais, Universidade de Quebec (Canadá).

FLM: "Neste momento é importante cerrarmos nossos ombros para enfrentar e impedir mais esta tentativa de criminalização dos movimentos sociais"

A Frente de Luta por Moradia declara solidariedade e total apoio ao companheiro Gegê, que tem uma vida pautada pelas lutas em favor da moradia para o povo pobre, deste Brasil rico e desigual. Neste momento é importante cerrarmos nossos ombros para enfrentar e impedir mais esta tentativa de criminalização dos movimentos sociais. Enquanto os trabalhadores deste país tiverem que optar entre comer e pagar aluguel a luta tem que continuar.” Osmar Borges – Coordenador geral da FLM

Apoio de Santo André

Caro companheiro Gegê !! Estamos juntos em mais esta luta, abaixo a criminalizção dos movimentos!!! Conte sempre com o meu apoio.” Vereador Jurandir Gallo, Santo André.

"Gegê sempre esteve com os movimentos e os animou a buscar Justiça"

Toda Solidariedade ao Companheiro Gegê e repúdio a tentativa sórdida de calar o Movimento Popular pela intimidação de seus líderes. Sou testemunha de anos do trabalho de Gegê que ajudou muitos movimentos, os mais abandonados, os mais pobres, aqueles com maiores dificuldades. Gegê sempre esteve com eles e os animou a buscar justiça.” Antonio Oswaldo Storel Jr., Secretário Agrário do PT-SP.